Até onde vamos? Não vai parar? Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira não vamos parar não: "Vamos intensificar mais o processo [de greve]. Vamos ver quem tem mais força política". Lamento desapontá-la mas quem tem força é o governo, afinal é ele quem paga o salário e pode a qualquer momento cortar tudo. Será que é tão difícil enxergar isso? Não sou contra lutas estudantis, movimentos grevistas que batalham para um brasil melhor, mas depois de uma ditadura tão forte que o país teve, cheia desses movimentos e nada melhorou, não vai ser agora que isso acontecerá. Infelizmente não acredito em um país melhor no âmbito nacional. Não acredito em mudanças na educação a começar pelos salários dos professores e uma carreira mais valorizada. Se querem mudar educação tem que fazer lá do fundamental, mudar o básico para depois querer reformular a universidade. Tem que eliminar o SISU e ENEM como processo seletivo para ingresso em universidade pública, que convenhamos já nos deu prova mais que suficientes de que é um fracasso. Mas não, nosso país vive de enrolação e sempre vai dar um jeitinho em cada problema que enfrenta.A classe de professores até pode encontrar no meio de toda essa greve alguma resposta por aquilo que procura, mas no final das contas vai voltar para onde começou. Com os mesmos salários, a mesma sala de aula e a mesma situação, pois uma hora o salário vai ser cortado, vai faltar arroz e feijão na mesa, a barriga vai doer e nesse momento vai ser melhor se contentar com o pouco que tem do que não ter nada.
Pra melhorar educação não precisa melhorar salário, quem escolheu ser professor sabia exatamente os riscos que estaria correndo num país tão injusto como é o Brasil. Além do mais, profissão é paixão. Tem que amar o que faz e fazer porque gosta e sente prazer com aquela atividade, não porque quer enriquecer, se fosse assim era melhor ter optado por ser médico, advogado ou até mesmo traficante.
E que a população aprenda duas coisas com tudo isso: voto não é brincadeira e que partido quaisquer que ele seja, quando está no poder não enxerga necessidade alguma, a não ser a sua. E isso acontece até mesmo com o PT, um partido que possui uma lista imensa com movimentos grevistas.
No dia 31 de agosto, vence o prazo para votação do orçamento federal de 2013 e se o governo falar não a todas revindicações, voltaremos na primeira semana de setembro para as mesmas salas de aulas, sem mudanças e como se nada tivesse acontecido. Acordaremos no dia 01 de setembro e tudo não passará de apenas mais uma greve na história.